Análise comparativa 3D confirma o status de Homo floresiensis como uma espécie fóssil de Homo.
por Gustavo Miranda
Crânio de Homo floresiensis. Imagem: Brown et al., 2004. |
Em 2003 foi descoberto um pequeno
crânio de hominídeo na Ilha de Flores, Indonésia, que foi atribuído e uma nova espécie chamada Homo
floresiensis. Esta espécie foi proposta como originária de uma população
anã de Homo erectus.
Após a descoberta, H. floresiensis teve sua validade coloca em xeque quando estudos mostraram que possivelmente o pequeno tamanho poderia ser atribuído a diversas condições patológicas que resultariam em baixa estatura, como hipotireoidismo congênito, síndrome de Laron e microcefalia. Um trabalho recente, contudo, aplicou técnicas de morfometria geométrica 3D para comparar a forma do crânio
do espécime de Homo floresiensis com outros fósseis humanos, assim como com
crânios modernos que sofreram de microcefalia ou outras doenças.
O estudo encontrou evidências de que Homo
floresiensis e espécies humanas extintas são mais proximamente relacionados
entre si do que com humanos modernos com patologia. Com isso, foi refutada a
hipótese de que esse espécime representa um humano moderno com condição
patológica, suportando a existência da espécie H. floresiensis.
Referências
Brown P, Sutikna T, Morwood MJ, Soejono RP,
Jatmiko, Saptomo EW & Due RA (2004). A new small-bodied hominin
from Late Pleistocene of Flores, Indonesia. Nature 431: 1055-1061. Acesse aqui (trabalho de descrição
de Homo floresiensis; se não tiver acesso, baixe aqui).
Baab KL, McNulty
KP, Harvati K (2013). Homo floresiensis Contextualized: A Geometric
Morphometric Comparative Analysis of Fossil and Pathological Human Samples. PLoS ONE, 8(7): e69119. Acesse aqui (trabalho
de morfometria geométrica 3D do crânio de H.
floresiensis; acesso grátis).
3 comentários:
Que legal meninos! Agora que vi que vocês tem um blog! :)
E quantos mil anos tem esse crânio? Tem alguma datação? Homo floresiensis, chega mais! ;-)
Olá Marcela! Ótima pergunta.
Análises com radiocarbono (carbono-14), luminescência, séries de urânio e ressonância eletrônica de spin sugerem que a espécie existiu desde antes de 38.000 até pelo menos 18.000 anos atrás.
É calculado que esse crânio em especial tenha cerca de 18.000 anos. De acordo com essa data, Homo floresiensis coexistiu com Homo sapiens!
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