Vikings abordando uma praia. Imagem: Me you UCN |
Ainda não aprendi a usar espadas,
saquear mosteiros, nem a adorar o deus Thor, mas já tive algumas experiências e
gostaria de compartilhar as minhas primeiras impressões. A expectativa
antes de vir para Copenhagen era de encontrar um povo frio, fechado e distante,
foi isso o que sempre ouvi sobre os europeus. Pensei que ficaria perdido na rua
porque ninguém me daria informação e completamente isolado dos nativos devido
às diferenças culturais.
Ao sair no aeroporto peguei um
táxi aonde o motorista confirmou todos os meus pré-conceitos. A única coisa que
ele falou diferente de “o tempo está chuvoso” foi que conhecia Roberto Carlos (sim,
o cantor). A minha amostra de nativos, entretanto, ainda estava muito pequena
pra tirar alguma conclusão. Num outro táxi que peguei logo em seguida (nunca
façam isso em Copenhagen, estou tendo que economizar dinheiro até hoje) o
motorista era muito diferente. Puxou conversa, perguntou sobre o Brasil e me
deu dicas sobre a cidade. Dois estilos completamente distintos em um curto
espaço de tempo, mas pensei que o jeito descontraído desse último fosse algo
particular e não natural do povo dinamarquês. Com o tempo percebi que os
cidadãos de Copenhagen são realmente solícitos e até um pouco extrovertidos, conversam
e puxam assunto. Contudo, pude perceber também que não é por conta dessa “abertura”
que se deve esperar fazer um amigo dinamarquês. Eles interagem até certo ponto,
mais do que isso já é invasão de privacidade.
Um ponto a favor da comunicação
na maioria das situações é que quase todos falam inglês, principalmente os mais
jovens. O idioma local (o dinamarquês) é muito diferente do português e
do inglês o que torna impossível um diálogo na
língua local. Graças a um grande estímulo do governo em internacionalizar o país, o inglês é ensinado nas escolas desde cedo e cursos universitários são oferecidos no idioma de Obama nas principais universidades. No dia a dia, quando numa conversa onde,
além de dinamarqueses, há mais de um estrangeiro, os nativos fazem um esforço pra conversar
em inglês numa tentativa de interagir com todos presentes. Agora se você
for o único estrangeiro no papo, certamente você vai ficar deslocado, porque em
pouco tempo eles começarão a falar a complexa língua nórdica e você vai ficar
bioando. Eu estou enfrentando o desafio de aprender o dinamarquês (é oferecido
curso grátis para estrangeiros!) e quem sabe um dia eu consigo entender o que
as pessoas falam ao meu redor. Hvordan
har du det?
A cidade das bicicletas. Foto: Visit Copenhagen |
Copenhagen é considerada a cidade
mais amiga do meio ambiente no mundo. Há um amplo projeto em andamento com o objetivo de cidade totalmente neutra de emissões carbono até 2025, com ações como melhoria
do transporte público (estimulando as pessoas a não andarem de carro),
aumento do número de ciclovias (atualmente a cidade já conta com mais de 400
quilômetros de vias para bicicletas), substituição de carvão por biomassa (utilizado para geração de eletricidade e aquecimento),
dentre diversas outras medidas. Uma que merece destaque é fazendo eólica que
foi construída em 2001 ao largo da costa de Copenhagen e é responsável por
cerca de 4% da energia da cidade e 30% da energia do país. O objetivo do governo é fazer com que esse tipo de energia seja a fonte de 50% da energia utilizada na Dinamarca até
2020. Além de investimentos na matriz energética, vários anos de substancial suporte financeiro no tratamento de
esgoto melhorou a qualidade da água nos portos de uma forma que hoje em dia é possível nadar na maioria deles (algo impensável nos portos brasileiros).
Parque eólico Middelgrunden, Copenhagen. Foto: Wikipedia |
Vi ses!
6 comentários:
Muito bom.
Aproveite e nos informe...
Muito bom!!!! A parte do saquear mosteiros vc se inspirou no "O último Reino", né?? rsrsrsrs
Curti, Gustavão!
Valeu Brunão!
E os comentários dos vikings me inspirei no livro mesmo. hehe
Muito legal!
Aproveite ao máximo!
Abrçs
Rafael
Muito Legal, sua mae disse que vc sabe escrever muito bem. Eh um gde escritor.
So se adora ha um unico Deus, hein?
Bacana escreva mais para a gente poder conhecer mais essa terra.
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